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Dalzio

Literatura > Poesia

Quem é o DALZIO?

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É um pseudônimo? Ou nome real de uma pessoa? Ou de várias?

Vamos a personificá-lo como um ser humano sem tempo. A fantasia nos permite essa tramoia – honesta – cujo enredo o faz mortal várias vezes.
???
Vive várias vidas, até que decide mostrar com a palavra, situações nas que importa mais o conteúdo que a forma, já que se trata de histórias humanas. De cualquer data.

Mas sabendo que a palavra é arte, que como toda arte tem que expressar emoção com beleza, tentará não fazer feio, assegurando que toda situação - seja jocosa, curiosa ou qualquer outra “osa” – estará carregada com emoções.


PELA CRIANÇA QUE CHEGA

Que a criança que chega tenha os olhos manchados de noite ou sujos de céu.
Que traga no seu cabelo o loiro do trigo ou o negro do ébano.

Mas que venha rápido, para acalmar a minha angústia, para aquietar o teu medo.

Que nasça num mundo…diferente do nosso.
Que não sinta nunca o frio tremendo do menino de rua, nem a fome horrível de outras criaturas.

Que traga os punhos cheios das ditas que ali colocou, na despedida, a fada madrinha que deixou no céu. E que não as perca nas muitas estradas que tem a vida.

Que todas as noites repose num sono sereno, tranquilo e que em cada aurora encontre as mesmas venturas que alentou na véspera.
E que cada quimera que lhe tire o mundo, tenha no seu horizonte uma nova estrela

Que tenha os olhos manchados de noite ou sujos de céu; que traga no seu cabelo o loiro do trigo ou o negro do ébano; mas que venha rápido, para acalmar a minha angústia, para aquietar o teu medo.

DALZIO
24/11/1944


Publicado no jornal LA CALLE de Concepción del Uruguay, Entre Ríos, Argentina em 29 de novembro de 1944.

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OUTONO

Penas e alegrias...
No ocaso da vida,
como as folhas do outono
no amarelo se igualam.

Curto o tempo ficou...
Restaram as saudades
de peles florescidas,
tão sensíveis...
Que se arrepiavam!!!
com o leve toque
de uma voz...tão só.

Resta viver as solidões
desta solidão;
quando as lembranças
as esperanças superam.
E tudo isso...
Sem um beijo...tão só.


DALZIO
Agosto de /2002








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